Dia Mundial da Terceira Idade
O Dia Mundial da Terceira Idade foi estabelecido pelas Nações Unidas para sensibilizar a comunidade mundial para a fragilidade económica e social que afeta a população sénior. Quando falámos em envelhecimento temos tendência a olhar para os mais “velhos” como “incapazes”, a imagem do “idoso” de bengala que já não é útil tem que ser ultrapassada e somos nós, enquanto sociedade, que temos que fazer essa mudança. Os seniores têm um conhecimento tão vasto que não podemos encontrar nas bibliotecas.
O envelhecimento não é um estado, é um processo que faz parte do ciclo de vida. Este conceito ultrapassa a questão da idade e tem a si associadas dinâmicas que englobam o seu percurso de vida, experiências, papéis/estatuto, contexto cultural e social.
Até 2050, espera-se que a população global de pessoas com mais de 60 anos duplique, passando de 900 milhões (em 2015) para 2 biliões (WHO, 2015), o que faz com que seja necessário criar respostas sociais para as pessoas mais vulneráveis do ponto de vista físico e mental no qual estão enquadrados os seniores (Santos, Nicolau, Fernandes, & Gil, 2013).
Portugal, é dos Países mais envelhecidos da União Europeia (UE) de acordo com o estudo do INE intitulado “Península Ibérica em Números 2017”. Em 2016, o nosso país registava 20,7% de população idosa com 65 anos ou mais. Ao contrário de Espanha, cujo valor era 18,7% mais baixo que a médica da EU no seu conjunto (19,2%).
A convivência entre gerações distantes afigura-se como um fator de risco para conflitos e a possibilidade de ocorrerem maus-tratos, as estatísticas apontam para que 1 em cada 10 idosos/as seja vítima de violência, no Mundo (WHO, 2015).
No Japão existe um feriado nacional em que se comemora o Respect for The Age Day Japan (Dia de Respeito aos Idosos), designado “Keiro no hi (敬老の日)”. Esta celebração ocorre na 3ª segunda-feira de Setembro e foi instituída no ano de 1947, numa aldeia em Hyogo. Pretende-se desta forma valorizar e respeitar os anciãos japoneses que sempre contribuíram para a cultura japonesa a partir do seu trabalho e reconhecer a sua fonte de sabedoria. O Japão é dos países com maior número de centenários. Atualmente, existem 2 milhões de idosos com 90 anos ou mais.
Boas práticas que deveriam ser implementadas nos restantes Países. De realçar, que de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-estar Social estima-se que até 2040 o Japão necessite de contratar 3,05 milhões de cuidadores o que se traduz num aumento de 1 milhão de trabalhadores na área geriátrica. Em Portugal, só agora estamos a dar os primeiros passos no reconhecimento dos cuidadores formais e informais.
Em 2012, com o Ano Europeu do Envelhecimento a European Comission alertou que os países deveriam ser responsáveis pelo combate das reformas antecipadas, isolamento e prevenção das doenças em idades avançadas. Desta forma, é primordial investir na empregabilidade de pessoas com mais idade, combater a discriminação em função da idade, promover práticas de saúde ao longo da vida, e investir nos recursos sociais no qual se inclui a área da saúde.
De facto, em Portugal e no mundo ainda temos um longo caminho a percorrer ao nível deste fenómeno societal que é o envelhecimento. Que todos os dias nos lembremos dos nosso seniores, que sejamos capazes de cuidar de quem nos cuidou. Quem ama cuida!
Ana Sofia Pereira
Tags:Gondomar Saúde Terceira Idade